Técnicas de ensino lúdico ativam novas áreas do cérebro: Entenda
Você sabe a importância do ensino lúdico? As gerações de crianças que nasceram entre 1995 e os dias de hoje são conhecidas como Z e Alpha, e se diferem bastante dos seus antecessores. Isso porque elas cresceram em um mundo digitalizado, então a maneira como percebem e interagem com o mundo ao seu redor é considerado completamente descolado da realidade de algumas décadas atrás.
Por conta disso, são muitas vezes chamadas de “crianças da internet”. Afinal, os smartphones e computadores são itens praticamente inerentes ao seu dia a dia, ocupando um bom espaço em todas as áreas de suas vidas. Dessa forma, até mesmo a forma como estudam e consomem conteúdos precisa ser preparada de forma específica, sempre levando em conta esses quesitos.
Entretanto, essa dependência tecnológica pode aumentar até mesmo o risco de desenvolvimento de doenças emocionais. Por esse motivo especialistas em educação indicam o uso de técnicas de ensino lúdico para o aprendizado dessas crianças.. Confira abaixo como elas funcionam, seus benefícios e de que forma ativam novas áreas do cérebro.
Os desafios do ensino às novas gerações
No geral, as redes sociais e surgimento de serviços de streaming, como o Youtube, mudaram completamente a maneira como os jovens estudam. A dinâmica dessas plataformas criou uma necessidade de respostas e soluções muito rápidas, visto que essa é a maneira como a internet funciona.
Dessa forma, esses estudantes acabam absorvendo esse dinamismo em suas vidas, o que potencializa até mesmo algumas condições, como a ansiedade. Segundo o Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas de São Paulo, cerca de 10% das crianças e dos adolescentes já sofrem de ansiedade, e a tendência é que isso se torne ainda mais comum.
As consequências da ansiedade nos estudantes
Qualquer fator de estresse emocional, como a ansiedade ou depressão pode trazer muitos impactos ao dia a dia dos estudantes, até mesmo aumento no risco de desenvolvimento de transtornos mentais. Além disso, segundo uma pesquisa do pesquisador Guilherme V. Polanczyk, da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, a pandemia do COVID-19 potencializou ainda mais esses fatores.
Quando os pais não sabem como entreter a criança, a situação fica ainda pior. Assim a restrição de espaço, falta de contato com os amigos e especialmente queda no rendimento escolar com aulas online geraram ainda mais estresse. Por conta disso, tem se tornado cada vez mais comum encontrar crianças menores desenhando em todos espaços da casa, como as paredes e mesas.
Afinal, é por meio desses rabiscos que muitas delas conseguem expressar seus sentimentos, sejam eles de angústia e tristeza ou de alegria. Portanto, especialistas recomendam que elas ainda sejam incentivadas a desenhar em folhas de papel, celulares e tudo mais. Para aquelas que utilizam as paredes, os pais podem investir em tintas que transformam superfícies em lousas.
Com o tempo, elas podem ser ensinadas que existem produtos específicos próprios para isso, como os cadernos e folhas de papel. É importante que os responsáveis se envolvam no processo e adotem algumas práticas que reduzam o hábito, como apontar sobre a dificuldade em limpar as paredes ou utilizar reforço positivo sempre que usam o espaço designado para os rabiscos.
Inclusive, também é recomendado que os pais estejam atentos a alguns detalhes, pois o uso de traços extremamente fortes e tons escuros pode ser um indicativo de ansiedade. Além disso, o acompanhamento de um profissional especializado, como um psicólogo, por exemplo, pode ajudar a entender melhor os sentimentos da criança.
Inclusive, investir em métodos alternativos de ensino pode ajudar bastante a recuperar o rendimento escolar de qualquer jovem, além de trabalhar com diversas partes do seu cérebro ainda em desenvolvimento.
A importância ensino lúdico a educação das novas gerações
Apesar da tecnologia exercer certo peso no desvio de atenção e desenvolvimento da ansiedade de muitos jovens, ela também pode ser uma excelente aliada das instituições de ensino.
Para começar, os educadores precisam buscar métodos que chamem a atenção desta geração, contando sempre com as ferramentas virtuais corretas para repassar os mais diversos conteúdos. O uso desses serviços e mecanismos já é muito comum nas aulas de programação, por exemplo.
Neles, os jovens utilizam softwares e websites com mini jogos onde conseguem aprender a lógica por trás de códigos. Assim, trabalham com habilidades como resolução de problemas, socialização, colaboração e até mesmo o pensamento crítico, que muitas vezes acabam não sendo desenvolvidas apenas nas instituições de ensino. O Scratch, por exemplo, é uma plataforma para criar histórias, jogos e funções desenvolvidas para crianças.
Entretanto, é considerado uma ferramenta indispensável para qualquer pessoa que está entrando no mundo da programação. Através do uso de personagens, cenários e outros pontos, obriga seus usuários a trabalhar com diversas áreas de seus cérebros, como a de raciocínio lógico e observação.
No entanto, é possível utilizar do ensino lúdico até mesmo sem a tecnologia. Muitas brincadeiras de caráter associativo conseguem trabalhar com o estímulo da criatividade, desenvolvimento cognitivo, capacidade de memorizar e até mesmo de se expressar dos jovens.
Além disso, os benefícios vão muito além dos efeitos no cérebro, pois existem métodos que também desempenham um papel muito eficaz na melhora do condicionamento físico e formação do caráter dos indivíduos.
A longo prazo, atividades e jogos consideradas divertidas pelas crianças, mas que ainda possuem um caráter educativo podem fomentar completamente a visão que elas têm sobre o mundo e como reagem às mais diversas situações.
Métodos de ensino lúdico
Além de sites e plataformas digitais, educadores e pais podem utilizar de dinâmicas em grupos onde conseguem oferecer exercícios que trabalham principalmente a capacidade de trabalhar em grupo. Em outros casos, adesivos de lousas para desenho podem ser utilizados para brincar de jogo da forca, por exemplo. Assim as crianças podem desenvolver a própria capacidade de raciocinar e fazer associações.
Até mesmo os role playing game (RPG), que voltaram a ser populares por conta da série Stranger Things, podem ser utilizados para entender e demonstrar como delegar papéis, improvisar e solucionar problemas.
No final, o prazer e a motivação atingida através dessas atividades as torna muito interessantes para quem ainda está com o cérebro em desenvolvimento. Quando esse tema é abordado de um ponto de vista científico, essa prática resulta na formação de circuitos neurais muito importantes para o desenvolvimento cognitivo e social.
Ao interligar áreas importantes de nossos cérebros, melhora a troca de informações até mesmo regiões que antes não contavam com o apoio uma das outras, como o neocórtex, que comanda as habilidades racionais e o sistema límbico responsável pelas emoções.
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